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1. |
A Chuva - 1999 version 1
03:53
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Enquanto and pela rua, o silêncio lhe persegue,
há ruídos fortes, e há zunidos breves.
Resta a paranóia, alguém que observe,
Alguém de olhos grandes, alguém de passos leves.
A chuva me molha
A chuva é um retrato da alma da cidade.
Lábios na xerox,
Eu tenho fotocópias das gotas sobre a cidade
Enquanto pensa na panela que esqueceu no fogo
Pensa na chaleira que furou de nove
Pensa na lata que estourou no teto
Pensa no que teve que limpar de novo
Desejos inox
Eu tenho coleções de prédios na calçada.
Imersos na lama,
Eu vejo a sexta feira alagada.
Enquanto pensa na vida,
Enquanto pensa na morte,
Pensa no passado o que perdeu e sua sorte,
Alguém que já se foi, alguém que não retorna,
Alguém em quem se pensa a cada esquina que se corta.
A chuva me molha
A chuva é um retrato da alma da cidade.
Lábios na xerox,
Eu tenho fotocópias das gotas sobre a cidade
A água que desenha o para-brisa do carro
Lava teu cabelo, lava o teu sapato.
Água que escorre do teu rosto molhado
Vai pelo bueiro, desce do telhado
A chuva não para
A chuva é um retrato da alma da cidade.
Lábios na xerox,
Eu tenho fotocópias das gotas sobre a cidade
Desejos inox
Eu tenho coleções de prédios na calçada.
Imersos na lama,
Eu vejo a sexta feira alagada.
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2. |
Movimento - 1999
04:19
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Descendo a estrada da serra eu vi
Uma menina desperta, eu vi
Uma criança descalça, eu vi
Um sonho que não se alcança.
Você pedindo uma seda,
você fingindo distância.
Depois da curva na estrada ouvi
Trovões e gritos no ar
Um bardo perdido em meio ao mar
Um sonho em meio a nada
Sussurra no meu ouvido
Palavras que não consigo
Entender.
———
Riding down the mountain road, I saw
A girl with a smile about me
A child with her barefoot on dust, I saw
A dream that cannot be reached
And you were lightening a splif
And you pretending not to see me.
Beyond the curve of the road, I heard
Thunder and screams in the air
A boat was lost in the ocean far
A dream that amounts to nothing
Whispering in my ears
Words that I simply do not
Understand.
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3. |
Tá Vendo Demais - 1999
03:57
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Tá vendo demais,
tá vendo o que não devia.
Tá vendo a caveira detrás da pele,
tá vendo o sangue com que não se escreve,
tá vendo a mentira de pernas abertas,
e o homem descrente tem morte certa.
Tá vendo demais,
tá vendo o que não devia.
Tá vendo a falha no que é perfeito,
tá vendo a faca cravada no peito,
tá vendo o tiro sair pela boca,
tá vendo que preces não há quem as ouça.
Tá vendo demais,
tá vendo o que não devia.
Tá vendo o medo sair da garganta,
tá vendo a tristeza que se faz de santa,
tá vendo a beleza te dar mais um beijo,
tá vendo o crime quase perfeito.
Quem é que pode? o que pode?
o que é que pode? ou não pode?
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4. |
Mercador - 1999
03:32
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As ruas estão cheias de olhares anônimos,
de olhares atônitos, corpos cobertos em vômito,
corpos largados no chão.
As ruas estão cheias de meninas que correm,
de meninas que morrem, carros que explodem,
pedaços espalhados no chão.
Lá vem o mercador, está sempre risonho,
ele vende prazer, ele vende o teu sonho.
O vento fala, o vento faz discursos,
o vento conversa com quem é surdo e é mudo
...
Streets are filled with the terror that waits
in the smell of the waste, exploding cars
pieces are spread here and far.
Streets are filled with girls who run wild
with that heroin smile, someone down in the mud
someone covered in blood.
There comes the dealer, always wearing that smile
Out to sell you your pleasure, out to tell you your dream.
My tears are falling, I’ve read the headlines
Children are starving, I see one sign of change.
The wind is talking, the wind is making speeches
The wind gives advice, to the ones who can try.
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5. |
Não Preciso
02:17
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Não preciso do teu emprego.
Não preciso do teu salário.
Não preciso do teu dinheiro.
Não preciso da tua barriga.
Teu olhar de posse me dá pena.
Teu olhar de medo, me fascina.
Não preciso da tua barriga.
Não preciso da tua comida.
Não preciso de caridade.
Não preciso do teu espelho.
Teu olhar de posse me dá pena.
Teu olhar de medo, me fascina.
Mas o que vai fazer com tudo isso,
Depois que morrer?
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6. |
Sexta Feira
06:07
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Sexta-feira, ansiedade em todo lugar
Sexta-feira, expectativa de te encontrar
Sexta-feira, ainda nem saiu de casa, o teu corpo tá em chama
Sexta-feira, essa noite vai ser demais.
O que é que eu vou encontrar?
As ruas em que passo não me levam a lugar algum.
Para no encruzilhada, vela acesa, subindo pro nada.
Enterrei um amigo em sete palmos de terra,
sete dias na semana, onde é que estou nessa guerra?
Sete velas acesas, sete cartas marcadas,
Sete pratos na mesa, sete lances na escada.
Cada carro se dirige ao seu destino vazio,
Desviando meu corpo e meu olhar sombrio.
Em que sentido partir? Para o norte ou pro sul?
De um lado pro outro, qual o sentido em seguir?
Eu cruzo a fronteira e me pego risonho,
é de novo sexta-feira, eu possuo meu sonho.
A morte me espera, sei que a morte me espera.
A morte me espera e só conheço um caminho:
Enterrar na sexta as cinzas da quinta. Sábado eu penso o que faço da vida.
Mas hoje é Sexta-feira…
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7. |
Uma Noite
04:11
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Uma noite triste,
tudo o que se pensa
sobre o que se disse.
Uma noite escura,
onde não se encontra
nada do que se procura.
Uma noite triste,
onde um grito ecoa e cala
a voz de quem não tem mais nada.
Uma noite escura,
o que se debate e arde
e afoga e canta.
E se você me ouvir falar
em medo, em pânico,
em segredos
que não podem ser contados,
leve meus ouvidos.
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8. |
Depois da Curva - 1999
04:28
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9. |
Dois Amantes
03:40
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Dois amantes não se comunicam.
Como não falam, não se tocam.
Não existem um para o outro.
Não comunicam, não falam.
Nunca darão as mãos, nem caminharão juntos.
Não se beijarão sobre a grama verde.
Não se tocarão sobre os lençóis brancos.
Sobre a cama não.
Na frente de um muro, se sentem sós,
um frente ao outro, os olhares passam.
Não há nada que os torne menos,
envoltos em um muro;
amantes suados, não do amor, do dia a dia.
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10. |
A Chuva - 1999 xote
03:31
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Enquanto and pela rua, o silêncio lhe persegue,
há ruídos fortes, e há zunidos breves.
Resta a paranóia, alguém que observe,
Alguém de olhos grandes, alguém de passos leves.
A chuva me molha
A chuva é um retrato da alma da cidade.
Lábios na xerox,
Eu tenho fotocópias das gotas sobre a cidade
Enquanto pensa na panela que esqueceu no fogo
Pensa na chaleira que furou de nove
Pensa na lata que estourou no teto
Pensa no que teve que limpar de novo
Desejos inox
Eu tenho coleções de prédios na calçada.
Imersos na lama,
Eu vejo a sexta feira alagada.
Enquanto pensa na vida,
Enquanto pensa na morte,
Pensa no passado o que perdeu e sua sorte,
Alguém que já se foi, alguém que não retorna,
Alguém em quem se pensa a cada esquina que se corta.
A chuva me molha
A chuva é um retrato da alma da cidade.
Lábios na xerox,
Eu tenho fotocópias das gotas sobre a cidade
A água que desenha o para-brisa do carro
Lava teu cabelo, lava o teu sapato.
Água que escorre do teu rosto molhado
Vai pelo bueiro, desce do telhado
A chuva não para
A chuva é um retrato da alma da cidade.
Lábios na xerox,
Eu tenho fotocópias das gotas sobre a cidade
Desejos inox
Eu tenho coleções de prédios na calçada.
Imersos na lama,
Eu vejo a sexta feira alagada.
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joao macdowell New York, New York
João MacDowell: "a new thinker in the genre", has a career that spans from punk to opera. Currently serves as resident composer and artistic director of the International Brazilian Opera Company - IBOC in NYC.
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